sábado, 13 de julho de 2013

Traduzindo pensamentos...


 
  "Espelho, espelho meu..." Não, não, não. "Querido diário..." Também não. "Era uma vez..." Como  é que se inicia algo mesmo?

   Introduções me deixam nervosa. Começar algo novo me deixa nervosa! Em brasas! Flamejando! Todo começo requer um pouco de atenção. Sem erros de gramática, coluna ereta, sorriso no rosto e blábláblá. Discursos bonitos atraem os outros. Rostos bonitos também. Estamos rodeados por regras e padrões aterrorizantes que devem ser seguidos. Mas pra que sermos formais? Iniciei um texto e nem percebi. Se antes, talvez, haviam 5 leitores, poderia agora me restar 3 ou 2? O que importa? Dizer nada, às vezes, nos diz muita coisa. Todo começo define uma impressão que custa a ser modificada. "O que vale é a primeira impressão." Será mesmo? Corajosos aqueles que pretendem chegar ao fim desse início de jornada. Um início não muito bem esclarecido (como nos melhores romances), sem nexo, sem intenção, sem nada. Introduções deveriam apresentar o tema a ser proposto. Mas acho que fica muito mais delicioso quando provamos o prato saboreando cada minucioso detalhe e descobrimos a maravilha ou a decepção que ele é. De maneira subjetiva? Sim! Claro! Entenda tudo que vai ser dito aqui como quiser. Um bom contador de histórias é aquele que tempera o conto a partir de um tempero especial: sua própria identidade. 
   Já que minha torta introdução já foi dada, hora de partirmos para o desenrolar do conteúdo. Primeiramente comecemos esclarecendo que minha mente funciona como a mente de uma criança entre os quatro e nove anos. Um turbilhão de informações, sentimentos, sensações e histórias pra contar. A toda hora o heroi se torna vilão, o vilão se torna  heroi! Dragões cospem fogo em muralhas; chuvas de flechas en(cobrem) o céu; princesas empunham espadas; duendes marcham em direção ao território inimigo, e...e...e....e à essa altura meu quarto costumava estar um campo de guerra: com almofadas e travesseiros desamontoados, uma cabana, de lençois e cadeiras, completamente desfeita e uma criança mais do que satisfeita por se sentir a criadora de um filme infantil. Mas por que eu disse isso mesmo? Ah sim, porque não quero que se espantem se eu parecer um pouco amedrontadora ou perdida. Faz parte do quebra-cabeça ser do jeito que ele é pra que se obtenha diversão. 
       Diversão....Para mim não há palavra mais importante. Tudo deveria ser diversão. Quer ver? Por que achas que as crianças estão sempre sorrindo e se sentem as pessoinhas mais felizes do mundo?! Ué, elas se divertem! Não! Não me venham com essa de que as pessoas crescem, responsabilidades surgem e uma hora outra temos que ser adultos, deixarmos de ser Peter Pan. Os adultos são como são porque não sabem mais se divertir. Suas diversões se resumem à luxúria, bebedeira, e tudo mais...Quando a noite acaba as responsabilidades surgem de novo. A verdadeira felicidade habita lá dentro, naquilo que o ser humano foi, deixou de ser e será. Isso me lembra um pouco o Suprassumir, de Hegel, mas deixemos isso para outra conversa. A verdade é que ser criança é minha parte mais valiosa. A realidade é tudo aquilo que surge na minha mente e flui dentro dela, uma vez que minhas ações por serem concretas não são puramente EU, já que correspondem a realidade comum, o que eu chamo de "esse mundo que todos habitam". Ser criança é algo valioso para mim porque é o momento em que me encontro como realmente sou. Parafraseando Albus Dumbledore, não é porque acontece em nossas mentes que não significa que seja real. 

Como era mesmo que a Disney dizia....? Ah sim!  "When the dreams come true..."


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